Sou do Minho, sou do Minho, sou do Minho natural. Uma declaração de amor

 Olá,

Estou de volta e desta vez vou tentar escrever o artigo no idioma mais apropriado: por fim o português. Comprei um livro de gramática para praticar e ando aesfolhear alguns livros infantis da Biblioteca Municipal e, por isso, as desculpas para não escrever em portugues começam a diminuir.

O tempo passa muito depressa e, todos os dias, tenho a confirmação que o Norte de Portugal é exatamente o lugar que melhor me convém. Durante todo este tempo aconteceram muitas coisas e esta é a altura ideal para as colocar em ordem. 

Vou começar por vos explicar o título que decidi dar a este texto: uma pequena homenagem ao condutor do autocarro que nos traz de volta, todas as tardes, depois do trabalho, e que é uma das personagens principais do nosso dia a dia. É uma pessoa super amável e divertida e costuma cantar esta canção popular com os passageiros, que reflete a minha estadia de três meses e que me faz sentir que sou, realmente, "do Minho natural”. 

Uma vez que viajar faz parte daquilo que melhor me faz sentir, este ano decidi não deixar nenhuma cidade dos arredores por visitar, ou seja, decidi que vou explorar Portugal, tanto quanto as minhas finanças e tempo livre permitirem. Depois de, no ano passado, ter visitado o Porto muitas vezes, regressei, desta vez,como guia turístico de um amigo que me veio visitar. Tenho de referir que dos sítios que visitei não há nenhum do qual não tenha gostado. Toda a fronteira com Espanha, constituída pelo rio que dá nome à região, é um sítio muito agradável para visitar, de onde destaco Caminha e Valença, com uma ponte que oferece a possibilidade de fugir um pouco do meu segundo país adotivo, voltando ao primeiro: Espanha, mais concretamente em Tui, uma bonita aldeia situada no caminho que conduz os peregrinos a Santiago de Compostela

Também gostei muito de assistir ao concerto, entre outros da Mariza e da Iolanda que introduziu Braga como Capital da Cultura e de visitar Guimarães, entrando, pela primeira vez, num estádio de futebol português. Fi-lo graças a um amigo, aficionado e sócio pelo Vitória de Guimarães. Assistimos, os dois, ao derby do Minho, contra o Sporting de Braga, que terminou 0-0 mas deu-me mil emoções. Tive também a possibilidade de assistir, em Vigo, a um jogo da minha segunda equipa, o Athletic Bilbao, contra o Celta Vigo. Após muitos anos de Erasmus, a paixão pela equipa continua intacta, e foi mágico reencontrar um dos meus antigos colegas de voluntariado. 

Esta aventura em viagens vai, naturalmente, continuar. Há muitos locais que ambiciono visitar: a Madeira, Lisboa, São Miguel e o Algarve, ou pelo menos um deles. É uma daquelas coisas "must-be-done”, porque se não o fizer, depois vou arrepender-me.

Chega de falar da boa vida, falemos agora do nosso trabalho! Vou falar muito apaixonadamente de duas atividades que temos vindo a desenvolver durante este período. Nas férias de Natal, a escola em frente à nossa Ludoteca esteve encerrada, erealizámos três semanas de uma espécie de acampamento de inverno, as Férias de Natal, e, todos os dias, as crianças alegram este espaço com a sua energia e alegria. Foi uma experiência mais agitada que a rotina diária, porque passamos muitas horas com estas crianças (também apelidadas "as feras ferozes"). A energia caótica feita de jogos de tabuleiro, lutas, sorrisos e gritos foi surpreendentemente divertida e aquele ambiente foi único, deixa-me já algumas saudades daquelas crianças ferozes, confesso.  

Outra das atividades que gostava de partilhar convosco é o meu voluntariado com um grupo de idosas, que, todos os dias, são recolhidas das suas  casas e levadas para um espaço comum, a Igreja Paroquial de Geraz do Lima, onde fazem várias atividades.  Apesar de realizar este voluntariado apenas duas vezes por mês, já sei que vai ser muito nostálgico quando as deixar, como já sinto nostalgia por me lembrar tanto das minhas avós recentemente falecidas. São também as professoras perfeitas para melhorar o meu portugues, uma vez que nenhuma delas tem pressa para me explicar e todas são suficientemente pacientes para perceber que ainda não sou fluente. 

Fiquem desse lado para mais aventuras!